Prof.Dr.Luis Carlos Figueira de Carvalho

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CARTOGRAFIA

CARTOGRAFIA

 A cartografia é um conceito operado por Deleuze e Guattari (2004) para produzir saberes, lançando mão de uma multiplicidade de elementos que não se definem a priori. Os autores não hierarquizam o conhecimento produzido pela ciência, filosofia ou arte, com efeito, o borramento das fronteiras destes campos não desqualifica o saber produzido (Deleuze & Guattari, 2004a). O cartógrafo é mobilizado por forças e intensidades que estejam em relação com o problema da pesquisa, que o impulsionam para a confecção de um mapa analítico.

Gilles Deleuze, Félix Guattari e Michel Foucault (2004) não descartam nenhum elemento na condução das pesquisas, nenhuma ferramenta metodológica ou linguagem é mais legítima para a produção de saberes. Bourdieu, Chamboredon e Passeron (2010) nos alertam sobre a tentação de ceder às facilidades metodológicas enquadradas em “receitas de cozinha científica” ou “engenhocas de laboratório” e afirmam que qualquer experiência metodológica, por mais rotineira que seja, deve ser problematizada, repensada, tanto em si mesma quanto em função da singularidade que a pesquisa enseja.

A cartografia não foi sistematizada como método aplicável sobre um objeto definido a priori para ser verificado pelas lentes assépticas de uma teoria. Esta pesquisa é produzida na implicação do pesquisador e no manuseio do problema que o envolve na confecção deste mapa analítico sempre aberto, com várias entradas e saídas, desmontável, reversível, suscetível de modificações constantes e sem uma centralidade enunciável que o cristalize (Deleuze & Guattari, 2004).

Para Deleuze (2002), a compreensão, a explicação e a implicação são operações do entendimento e coexistem sem contradição. O discurso produzido não é neutro, asséptico ou passível de coleta, antes o cartógrafo produz os dados com os sujeitos singulares (Bosi, 2012). Na confecção da cartografia o pesquisador atua com e não sobre o objeto de sua observação. Logo, o pesquisador está implicado na construção da pesquisa, confunde-se e é igualmente sujeito. A cartografia acompanha os devires, estes não encerram uma identidade, não são imitação, representação ou similitude, mas criação, linha de fuga e desterritorialização (Deleuze & Parnet, 1998).

TEXTO COPIADO DE:  MEDEIROS & BESSAS,, 2018

Medeiros, Diego da Silva and Jorge, Maria Salete Bessa A invenção da vida na gestação: viver com HIV/aids e a produção do cuidadoSex., Salud Soc. (Rio J.), Dez 2018, no.30, p.242-261

 

BIBLIOGRAFIA

DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Félix. 2004. Mil Platôs. Capitalismo e Esquizofrenia. Vol. 1. 1ª ed. 3ª reimp. Rio de Janeiro: Editora 34. 96p. 

DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Félix. 2004a. O que é a filosofia? 2ª ed. 3ª reimp. São Paulo: Editora 34. 288p.

DELEUZE, Gilles & PARNET, Claire. 1998. Diálogos. 1ª ed. São Paulo: Escuta. 186p.

DELEUZE, Gilles. 2002. Espinosa: Filosofia prática. 1ª ed. São Paulo: Escuta . 146p.

BOURDIEU, Pierre; CHAMBOREDON, Jean-Claude & PASSERON, Jean-Claude. 2010. Ofício de Sociólogo - Metodologia da pesquisa na sociologia. 7ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes. 344p.

GOMES, Maria Paula Cerqueira & MERHY, Emerson Elias (eds.). 2014. Pesquisadores IN-MUNDO: um estudo da produção do acesso e barreiras de saúde. Porto Alegre: Rede Unida. 176p.

 

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