Ação de Agentes Químicos e Físicos Sobre os microrganismos
Princípio: Eliminação parcial dos microrganismos na superfície corpórea pela ação de agentes químicos que não agridem o tecido ( detergentes, sabão, álcool, iodo, etc) e ação mecânica da escovação.
Material: Sabão ou sabonete, escova de unhas, álcool iodado, alcool a 70%, ágar Mueller-Hinton em placas, caldo BHI em tubos, galeria para tubos, salina estéril, swab esteril.
Método:
1º Etapa ( AT[1]): Estudo da microbiota das mãos antes da lavagem e assepsia
Selecionar 5 voluntários da equipe e passar um swab estéril umedecido com salina estéril nas mãos, principalmente entre os dedos e nas unhas. Passar o swab sobre a superfície da placa de ágar Mueller-Hinton, espalhando bem sobre toda a superfície[2] e em seguida colocar o swab dentro do tubo com caldo BHI. Incubar as placas e os tubos a 37ºC por
2º Etapa: Lavagem e assepsia das mãos
Os 5 voluntários da 1ª etapa devem fazer os seguintes procedimentos:
Voluntário 1: Lavar as mãos com água e sabão como faz de costume
Voluntário 2: Lavar as mãos com água e sabão, escovando por 1 min.
Voluntário 4: Lavar as mãos com água e sabão, escovando por 1 min. e passar PVP-I [3], deixando-o agir por 1min. Enxaguar com água destilada estéril
Voluntário 5: Lavar as mãos com água e sabão, escovando por 1 min. e passar solução de clorexidina, deixando-a agir por 1min. Enxaguar com água destilada estéril
3º Etapa (DT[4]): Estudo da microbiota das mãos após lavagem e assepsia
Após a lavagem e assepsia das mãos[5] proceder conforme a 1 ª Etapa, utilizando os mesmos voluntários.
Interpretação: Observar crescimento bacteriano pela formação de colônias (fazer a contagem) nas placas e turvação do caldo BHI e anotar os resultados na tabela a seguir:
VOLUNTÁRIOS |
AGENTES |
Nº de colônias observado no ágar Mueller-Hinton |
Crescimento bacteriano (turvação do caldo BHI) |
1 |
Sabão |
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2 |
Sabão + Escovação |
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3 |
Sabão + Escovação + Álcool 70% |
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4 |
Sabão + Escovação + PVPI |
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5 |
Sabão + Escovação + Clorexidina |
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COMENTÁRIOS – ASSEPSIA/MICROBIOTA DA PELE
Define-se como antisséptico (gr. anti, contra e sepsis, putrefação) toda substância capaz de impedir a proliferação das bactérias, seja inativando-as (efeito bacteriostático), seja destruindo-as (efeito germicida). O vocábulo deveria restringir-se ao emprego em tecido vivos, e.g., na antissepsia das feridas, ao contrário do termo desinfetante, reservado ao caso de substâncias inanimadas, como na desinfecção de fômites ou excretos. Na prática porém tais conceitos nem sempre delimitam perfeitamente, empregando-se como sinônimos a termos antisséptico, desinfetante e germicida[6].
Assepsia é o conjunto de meios usados para impedir a penetração de germes em local que os não contenha.
A técnica cirúrgica atual é baseada na assepsia: O cirurgião que vai intervir na cavidade peritoneal, normalmente estéril, procura por todos os meios evitar a contaminação do peritônio desinfetando escrupulosamente as suas próprias mãos e calçando luvas previamente esterilizadas, fazendo assepsia da pele do paciente e protegendo o campo operatório por meio de panos estéreis, usando instrumental, fios de sutura esterilizados, etc.
Devido à constante exposição e contato com o meio ambiente, a pele está particularmente propensa a abrigar microrganismos transitórios. Todavia, dispõe de uma microbiota residente constante e bem definida, modificada em diferentes regiões anatômicas por secreções, uso de roupas ou proximidade de mucosas (boca, nariz, áreas perineais, etc. ).
Os microrganismos residentes predominantes da pele são os bacilos difteróides aeróbios (p.ex. Corynebecterium sp., Propionibacterium); estafilococos aeróbios não hemolíticos (Staphylococcus epidermidis, ocasionalmente Staphylococcus aureus); bacilos Gram-positivos, aeróbios e formadores de esporos ubíquos no ar, na água e no solo; estreptococos alfa-hemolíticos (Streptococcus viridans) e enterococos ( Enterococcus sp. ); bacilos coliformes Gram-negativos e Acinetobacter. Com frequência verifica-se a presença de fungos e leveduras nas pregas cutâneas; as micobactérias não patogênicas e álcool-ácido-resistentes ocorrem em regiões ricas em secreções sebáceas (genitália, ouvido externo).
Dentre os fatores que podem ser importantes na eliminação de microrganismos não residentes na pele estão o pH baixo, os ácidos graxos das secreções sebáceas e a presença de lisozima. Nem a sudorese profusa e nem a lavagem e o banho consegue eliminar ou modificar significantemente a microbiota residente normal. O número de microrganismos superficiais pode ser diminuindo pela escovação vigorosa diária com sabão contendo hexaclorofeno ou outros desinfetantes; apesar disso, a microbiota é rapidamente recuperada a partir das glândulas sebáceas e sudoríparas, mesmo quando o contato com outras regiões cutâneas ou com o meio ambiente é totalmente evitada. O uso de curativo oclusivo na pele tende a resultar em acentuado aumento da população microbiana total e também pode produzir alterações qualitativas na microbiota.
Questões
AÇÃO DA RADIAÇÃO U.V. SOBRE O CRESCIMENTO BACTERIANO
Objetivos: Demonstrar a ação da radiação U.V sobre o crescimento bacteriano
Princípio: Propriedade da luz ultravioleta de agir sobre a bactéria inibindo o seu crescimento pela ação a nível de DNA, onde propicia a formação de dímeros de timina que interferem no mecanismo de replicação, transcrição e tradução de informações genéticas.
Material: Suspensão de bactérias em salina[1] (E.coli, S.aureus, etc.), ágar Mueller-Hinton em placas, swabestéril, álcool comercial, becker de 250ml, bico de Bunsen,
Método: Introduzir o swab estéril no tubo contendo a suspensão bacteriana, retirar o excesso[2] e espalhar uniformente sobre toda superfície das 5 placas contendo ágar Mueller-Hinton. Expor as placas a radiação U.V., conforme o esquema abaixo:
Incubar todas as placas na estufa a 37ºC por
Resultados: Observar a formação de colônias em todas as placas e averiguar onde ocorreu maior e menor crescimento. Se possível determinar o nº de colônias em cada placa e percentagem de inibição em função da placa controle.
Questões
[1] Equivalente a turvação de 0,5 da escala de Mac Farland
[2] Fazendo uma leve pressão na parede interna do tubo
[3] PVP-I = polivinilpirrolidona-iodo (povidine)
[4] Depois do Tratamento
[5] Conforme a 2ª Etapa
[6] Assim, p.ex., é comum dizer-se “desinfecção da pele”, quando mais correto seria “antissepsia da pele”.